Dança de Rua - Vocabulário do Hip Hop


Como não poderia deixar de ser as danças em seus vários estilos também carregam uma cultura específica de cada povo, tribo ou estilo. Tem ligação direta com a história, folclore e vivências. São influenciadas por essas questões e muitas vezes trazem uma linguagem específica. Isso é oque ocorre no Hip Hop e Dança de Rua. Para compreender o que os manos falam é necessário mais do que atenção. Eles utilizam uns vocabulários próprios, provenientes de uma linguagem coloquial. Nas letras de rap e na fala dos hip hoppers encontramos um novo universo de palavras, que foram recolhidas de bate-papos e de pesquisas em sites especializados no tema.
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São neologismo, a maioria criada por eles, que misturam o português com o inglês. Essas gírias renovam-se a cada dia e dependendo da região, têm outros significados.

A seguir, algumas dessas expressões:
3D – conhecimento também como virtual, é um tipo de grafite que utiliza o joga de luz e sombra para dar definição á forma.
4P – Poder para o povo preto. Antigo lema do black power, retomado pelo grupo DMN.
á pampa – muito legal.
Atitude- palavra indispensável no vocabulário hip hop. Eles geralmente dizem: “para fazer parte do grupo não só é preciso ter consciência, mas também atitude”. Termo que sintetiza a linha de conduta que o grupo espera de cada um.

Back to back – performance dos DJs usando dois discos iguais, invertendo o sentido da rotação a intervalos aleatórios.
Baladas – Festas.
Bass – tipo de batida rítmica mais pesada.
Bate-cabeça – estilo de rap mais ouvido pelos skatistas. Tem uma batida forte e pesada.
b.boy – “b” é abreviação de break e boy significa garoto. O termo refere-se ao garoto que dança break , um dos elementos artístico da cultura hip hop. Feminino: b. girl.
Beat – batida. Os grupos de rap cantam em cima de um fundo instrumental (base) de forte apelo rítmico.
Beat Box – batida improvisada feita com a boca pelo DJ ou pelo rapper.
Bembolado – mistura de idéias.
b.girls – feminino de b.boy.
Bite – escritor de grafite que copia o estilo de outro, aquele que não têm idéias próprias.
Bombeta – boné.
Box – radiogravador de grande porte usado nas rodas de break.
Boy – garoto rico ou de classe média.
Break – dança de solo, praticada em rodas, como a capoeira. Os movimentos são quebrados e assemelham–se, basicamente, aos gestos de robôs.
Breakers – dançarinos do break.


Cabeça – pessoa esclarecida, consciente, engajada.
Cama de gato – armadilha, cilada.
Cap – bico, válvulas de spray.
Chapado – da hora, muito legal.
Charm – estilo de rap mais melódico.
Chegado – amigo.
Chegar na humildade – quando o mano aproxima-se de alguém (ou fala de algum assunto) pela primeira vez tendo atitude democrática, sem tratar ninguém com diferença.
Colar – andar junto, tornar-se amigo leal.
Correria – ver fazer a correria.
Crew – ver ganfue.
Crocodilagem – traição.

Dance – gênero de música eletrônica cujo ritmo assemelha-se ao som de um bete-estacas.
Dar chapéu – enganar, enrolar.
Def – estilo de rap novo-iorquino, com batidas mais lentas. Tocando principalmente em são paulo.
Discos de base – discos especias, contendo apenas faixas com o instrumento dos rap. Como a produção de uma base em estúdio é cara, a maior parte dos grupos de rap os utiliza, inclusive em gravações.
Dj – abreviatura de disc-jóquei. No universo do rap, é aquele que faz os efeitos sonoros da música, como os scratches.
Dois palito – ser rápido.
Drum machine – instrumento etretrôico que produz as batidas pesedas do miami bass.
Embaçado – demorado, perigoso, chato.

Fazer a carreria- realizar um projeto.
Fazer a rima – comunicar, passar a mensagem.
Firmeza – com certeza.
Free style – estilo de grafite que não segue regras, técnicas e lugares. A espontaneidade é total, muitas vezes entrando em harmonia com o ambiente. Quando se refere ao rap, significa improviso nas rimas.
Funk metody – também conhecido como funk-brega. Rap romântico de grande sucesso na indústria fonográfica.

Gangsta rap – gênero de rap norte-americano que faz apologia do modo de vida dos gangstera dos guetos negros. Ridiculariza a polícia e glamouriza as atividades ilícitas e criminais. No brasil há poucos grupos representantes desse estilo.
Gangue – para os leigos, denomina os grupos de jovens delinquentes. No hip hop, é uma organização de breakers, que também pode ser cahamada de equipe ou crew (termos mais recorrentes).
Grafite – pintar ou desenhar (com spray ou tinta) muros, painéis, túneis etc., com logotipos ou desenhos relacionados com o movimento hip hop. Utiliza letras tortas ou engarrafadas que fazem com que, muitas vezes, apenas os grafiteiros entendam o que está escrito.
Groove – parte da música que se repete, determinando os ritmnos.

Keise (case) – caixa de madeira, no formato de uma maleta, na qual o dj carrega discos.
King – rei, o melhor dos grafiteiros.
Lagartixa – possui vários sentidos, mas em geral é um termo perjoativo. Está associado áquele que não têm consciência política. Jovem que adere ao movimento hip hop apenas por modismo.
Looping – repetição de um ciclo rítmico (groove) indefinitivamente, geralmente via sampler, ao longo da música.

Mano – aquele que é reconhecido como um igual dentro do movimento hip hop.
Mc – abreviatura de master of ceremony (mestre de cerimônias). Rappersque cantam e animan os bailes.
Miami bass – gênero de rap de ritmo acelerado, com batidas pesadas e versops curtos, originário de miami (eua). As letras falam do cotidiano de forma engraçada, picante. Executado principalmente no rio de janeiro, onde ficou conhecido como funk carioca.
Mil grau – afirmação feita pelos manos quando acreditam, gostam, apóiam ou valorizam alguma atitude. 
Miliduca – nome dado ao toca-discos technics mk2, muito utilizado em bailes.
Mina – garota.
Mixer – aparelho que, além de unir os taca-discos ajusta a sincronicidade dos vinis; com ele criam-se efeitos musicais.

New school – nova escola do hip hop.

Old school – velha escola do hip hop.

Pick-up – toca-discos. Os rappers referem-se ao uso com binado dos doius pratos em um pick-up, uma herança de disco-mobile jamaicana. A possibilidade de o som ser reproduzido simultaneamente pelas pick-ups conectyadas possibilita a performance dos djs.
Pico – lugar, local.
Piece – pedaço, “trampo”, uma letra ou personagem, bem pintado, com boa elaboração e contexto. Geralmente refere-se a um grafite feito em uma área pequena.
Piecebook – agenda ou caderno com esboços, desenhos e assinaturas.
Posse – quando dois ou mais grupos de rap se reúnem, formando uma turma ou associação, para realizar ações sociais na sua comunidade.
Produção – painel grande feito por um ou vários grafiteiros juntos, formando, na maioria das vezes, um só contexto.

Quebrada – lugar ou bairro/cidade do hip hopper.

Racha – disputa de dançarinos de break pra decidir quem é melhor.
Radicais – Rappers que atacam em suas letras o racismo, a polícia, o sistema e tudo com que não concordam. Procurando de acordo com suas concepções uma solução.
Rap – abreviatura de rythm and poetry (ritmo e poesia). Estilo de música em que um dj e um ou mais rappers se apresentam cantando sobre uma base instrumental a letra falada ou declamada. Há vários tipos de rap: def, bass, miami, hip-house, ragamurf etc.
Rappers – aqueles que cantam ou compõem o rap.

Sampler – instrumento eletrônico dotado de memória para os sons selecionados amplamente utilizado pelos rappers. Normalmente é acoplado a um mixer, o que permite realizar colagens de sons pré-gravados durante a execução de uma música.
Sampling (“samplear”) – apropriação de materias previamente gravados, normalmente sem abservar direitos autorais prescritos em lei.
Sangue-bom – amigo, colega.
Scratch – efeitos sonoros produzidos pelo atrito entre a agulha do toca-discos e o próprio disco.
Sequência – montagem feita pelo dj com vários sucessos do momento.
Silverpiece – grafite feito com tinta cromada.
Single – disco ou cd com apenas duas ou quatro faixas; antigo compacto.
Smurf – dança dos rappers, com passos que lembram o funk.
Som – nome dado pelos hip hoppers ás festas, especialmente as que acontecem nas ruas.
Spraycanart – grafite feito a mão livre com tinta spray.
Stencilart – grafite feito com moldes prontos.
Street dance – dança produzida pelos dançarinos de break. Muitas vezes nas festas estabelecem-se longas disputas entre os breakers de diferentes turmas.
Style – a atitude dos b.boys, que se reflete no jeito de vestir, falar e dançar. Para ser um b.boy é preciso “andar no style”.
Sucker mc – mc que se apropria da idéia do outro.


Tag – assinatura dos grafiteiros feita com marcador ou spray.
Throw-up (vômito) – grafitar em qualquer superfície algo rápido, pouco elaborado, com o uso de duas ou três cores .
Toy – brinquedo, “bafo”, o cara que se mete a ser escritor de grafite e não sabe o contexto da cultura hip hop.
Truta – o termo inicialmente tinha apenas o sentido pejorativo e significa protegido, submisso. Atualmente, “truta de verdade” tem também sentido positivo. Refere-se a lealdade, companheirismo e amizade.

Vacilão – bobo, a quem os outros enganam facilmente.

Wild style – estilo selvagem de grafite, letras complicadas, entrelaçadsas, formas mais agressivas e ilegíveis.

Yo! – grito de exaltação. Geralmente utilizado para animar o público em shows e festas.

Zé povinho – aquele que promete e não faz. Pessoa com pouca atitude ou de atitude duvidosa. Aquele que joga contra os valores e pessoas do movimento. (Rocha, Janaina – A Cultura Grita, pág 50)

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